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Profissionais afirmam que não houve negligência no hospital de Malhada, veja o relato da família

Foto: Reprodução Facebook

O site Alerta Bahia recebeu nessa sexta-feira dia 12 de janeiro recebeu uma denúncia vindo de Margarida Rodrigues dos Santos, mãe de uma menor de iniciais (J.S.L) de 17 anos, onde segundo ela, a filha foi vítima de negligência no Hospital Municipal São Geraldo em Malhada sudoeste baiano durante o parto de seu primeiro filho.

Versão da Família

Segundo Margarida, sua filha deu entrada no hospital municipal as 15h00min de quarta-feira dia 10 de janeiro com fortes dores (contrações), e foi atendida pela médica Dr. Rosilene Barbosa Do Carmo, que teria sugerido para a mãe retornar com a filha para casa, pois ainda não estava na hora da criança nascer. A mãe disse que não podia voltar para casa por motivo de morar longe do hospital e ficou em um leito da unidade em observação.
Quando ficou no leito, até um certo momento sempre os enfermeiros iam aferir a pressão da (J.S.L) que permanecia sentindo dores, porém a pressão arterial continuava normal, a resposta dos profissionais da saúde era sempre a mesma “está tudo certo, é assim mesmo no primeiro parto”.

Por volta das 22h00min as dores de J.S.L aumentaram e a filha chorava de dor, quando a mãe desesperou indo traz dos profissionais que já estavam todos dormindo; enfermeiros, médicos até o porteiro. A mãe acordou o porteiro e perguntou pelos enfermeiros, ele respondeu em tom grosseiro, mais a indicou qual a sala que um enfermeiro estava dormindo. Esse enfermeiro localizado pela mãe foi até o leito e novamente aferiu a pressão, e disse para da próxima vez chamar o outro enfermeiro em outra porta.
A mãe narrou que chegou certo momento que a filha dizia não mais suportar tanta dor, logo depois começou a sentir convulsões, e novamente todos dormindo.
A mãe disse ter entrado em contato com o restante da família que chegaram, e somente 04h00min do dia seguinte que a menor (J.S.L) foi transferida para o (HRG) – Hospital Regional de Guanambi, sendo atendida, passando pela cirurgia de retirada do feto e constatado que o mesmo já estava sem vida.

A nossa reportagem perguntou a denunciante como ocorreu o pré-natal da gestante, qual o médico e se estava tudo bem para um parto normal. Em resposta, Margarida disse que foi realizado pela dita médica e que tinha sido tudo normal, indicando ser um parto natural.

” Estou aqui cobrando é para que isso não aconteça com outra pessoa, não culpo a prefeitura, culpo o atendimento do hospital por conta dos funcionários” disse.

Versão do Hospital

Segundo o hospital não ouve negligência em momento algum, e sim a vaga para a paciente que infelizmente demorou a ser disponibilizada. Diante dos relatórios do sistema do hospital, a médica realizou a “regulação” (Pedido de Transferência da Paciente) as 19h02min, a central respondeu que estava em captação de vaga, ou seja, não havia vaga, então a médica voltou a solicitar as 20h54min, novamente a vaga não estava disponível, sendo conseguida a vaga somente 03h30min, sendo a paciente encaminhada imediatamente para o HRG, sendo acompanhada pela médica e uma enfermeira. Ao chegar no HRG foi feito a cirurgia para a retirada do feto que já não apresentava sinais de vida.

“Nós a recebemos, fomos no leito aferir sua pressão constantemente, atendíamos a todos os chamados da mãe, porém até as 19h00min os sintomas dela eram normais de um primeiro parto, todo primeiro parto é normal sangramento e dor. A partir do momento em que a médica viu que começou a mudar e saiu da normalidade, fugindo do alcance do clínico, foi feito a regulação, pedimos por e-mail, por telefone e não descansamos até conseguimos, só que demorou de achar a vaga, e o hospital não pode mandar um paciente sem ter vaga para ele ser mandado de volta”, disse a diretoria.

Averiguação

A redação do site entrou em contato com a “Central de Regulação em Vitória da Conquista” para conferir que os dados passados pelo hospital de Malhada eram iguais aos contidos no sistema da central. Ao ser questionado o atendente confirmou que o hospital de Malhada contatou a central as 19h02min e também as 20h54min solicitando a vaga para a paciente. Também esclareceu que os relatórios gerados pelos hospitais são enviados do sistema da central, sendo assim verídicos.

Versão da Médica

A médica que atendeu a paciente citada a no caso, Dra. Rosilene Barbosa do Carmo,  relatou que a paciente deu entrada por volta de 16h30minutos, momento que foi chamada para avaliar a paciente. No pré-parto, J.S.L apresentava contrações com queixa de dor pélvica e perda de sangue. Segundo ela, a paciente foi examinada, apresentando pressão arterial normal, feto em posição cefálica, dorso à direita e batimentos fetais normais. Ao toque do colo uterino havia 2 centímetros dilatado e sangue na luva, evolução natural para ocorrência de um parto normal. A médica confirmou ter dito para mãe que na primeira avaliação estava tudo evoluindo para um parto normal. Explicando que as contrações estavam espaçadas e o colo do útero pouco dilatado, e como era o primeiro filho da gestante, certamente o parto iria demorar a acontecer.

A Dra. Confirmou que a gestante foi avaliada todo o tempo por ela e pela equipe de enfermagem, assim que viu a necessidade de transferir a gestante para o especialista, ela realizou a regulação via central de leito por volta das 19h02min. Por volta das 20h54min realizou uma nova evolução da gestante na central de leitos. Quando o caso agravou com apresentação de um quadro convulsivo, a médica iniciou a infusão de medicamentos adequado para o caso e monitorização da mesma. Não hesitou em acompanhar a transferência da paciente para o HRG, com o objetivo de garantir um aporte adequado de oxigênio para a gestante e o feto, tentando minimizar o sofrimento fetal e danos cerebrais para a mãe. Ainda segundo a médica e o hospital, o que houve foi uma convulsão atípica inesperada, uma vez que a gestante estava evoluindo o tempo todo com pressão arterial entre 140x 80 (mmhg) à 160 x 90 (mmhg) e batimentos fetais entre 140 a 148 (bpm). Infelizmente não havia vaga no HRG nos momentos solicitados, e mesmo no momento de gravidade e risco de vida, também não havia vaga, e quando o quadro da paciente agravou ainda mais foi solicitado novamente a transferência, dai 03h30min foi liberada vaga zero.

“A única forma de parar as convulsões neste caso é retirando a placenta, eu sou clínica, neste caso somente um obstetra em um centro cirúrgico pode fazer isso, disse.

“Não poderia ser feito nada a mais que isso, ela apresentou convulsões que são atípicas. Mesmo depois que foram retirados feto e a placenta ela manteve convulsão, até agora não se sabe o que aconteceu, poderia ter acontecido em qualquer lugar”, disse.

A nossa reportagem também questionou a profissional como foi o desenvolvimento do pré-natal da paciente, e se não tinha sido detectado algum problema na gravidez da menor, já que ela participou do acompanhamento.

“O pré-natal foi feito por mim e pela enfermeira do (PSF), eu examinei ela duas vezes, mais estava tudo bem com A gestante e a criança, exames laboratoriais normais e exames de imagem normal, tudo indicando uma gestação normal sem risco”, respondeu.

O Alerta Bahia perguntou o que ocasionou a morte do feto, já que antes estava normal, com posição normal e batimentos normais. A médica respondeu: provavelmente as convulsões atípicas. Durante a crise o suprimento de oxigênio para o feto fica prejudicado, podendo ocorrer sofrimento fetal agudo e até óbito, assim como pode também causar danos para a mãe.

Averiguação

Ao dizer que caso como esse poderia acontecer em qualquer lugar, a médica relatou ao site Alerta Bahia que existia por exemplo o caso de uma malhadense que teria perdido também um filho nas mesmas condições, e teria sido no hospital de Guanambi, como foi no referido hospital e talvez por compreensão dos familiares não deu tanta repercussão.

A nossa reportagem foi averiguar se de fato isso aconteceu e localizamos a referida, que se trata de uma jovem de 21 anos de idade, identificada pelo prenome de (Jaciane) e residente na rua Ambrósio Fernandes. Entramos em contato com a jovem e perguntamos se isso teria realmente acontecido. Ela confirmou que perdeu um filho na mesma situação no hospital regional.
“Minhas pernas ficaram inchadas a pressão aumentou e a Médica Dra. Rosilene mim encaminhou Para Guanambi, chegando lá foram feitos alguns exames e mim internaram, logo depois fui liberada, quando foi no outro dia eu comecei a sentir eclampsia, as convulsões”, disse. Segundo Jaciane ela também sentiu as convulsões que começaram em sua casa e resultou também perdendo seu filho que nasceu de parto natural e já sem vida no hospital de Guanambi, confirmando o que foi dito pela médica.

Diante de informações passadas pela família, a jovem (J.S.L) continua internada no (HRG) e passa bem, apresentando melhoras em seu quadro.

De forma imparcial o site buscou todas as informações averiguando tudo que foi dito pelo hospital, médica e pela família, trazendo em texto a versão te todas as partes envolvidas; Família, hospital e a médica que realizou o atendimento.

Cabe agora a família também consultar profissionais da área para tirar suas dúvidas  avaliando o acontecido e compreendendo as limitações de um hospital.

Cabe a administração fiscalizar o hospital, os funcionários e o atendimento que lá é desenvolvido. A saúde é uma das principais obrigação da gestão, e os pacientes devem ser tratados com atenção e respeito.

 

 

Post – 13/01/2017 – 16:19 

 

Redação: Alerta Bahia

Edição: David Porto

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