O estado do Rio de Janeiro viveu nessa terça-feira dia (28) de outubro um dos momentos mais graves da história recente das forças de segurança brasileiras. Uma megaoperação mobilizou cerca de 2.500 agentes contra a facção Comando Vermelho nas comunidades do Complexo do Alemão e Complexo da Penha, na Zona Norte da capital, resultando em pelo menos 64 mortos, entre eles 4 policiais, dois da Polícia Civil e dois do BOPE.
No confronto morreram:
- Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51, trabalhava na Polícia Civil do Rio. O agente foi baleado na cabeça e morto na manhã de ontem;
- Rodrigo Velloso Cabral era novato na Polícia Civil fluminense. Ele havia entrado na corporação há 40 dias e foi morto após ser atingido com um tiro na nuca. Cabral, 34, estava lotado no 39º DP (Pavuna). Ele deixa a esposa e uma filha;
- Sargento Cleiton Serafim Gonçalves, 42, também era agente do Bope. Ele tinha especialidade em tiros e apoio tático durante as operações;
- Sargento Heber Carvalho da Fonseca, 39, agente do Bope. O militar tinha especialização em tiros de precisão e foi morto durante confronto com traficantes no Alemão. Heber deixa esposa e filhos.
O cenário da guerra
O confronto se transformou em combate urbano com mortes em massa. Criminosos responderam com barricadas, uso de drones, explosivos e tiros em várias frentes. Em paralelo, os números revelam uma realidade brutal: entre janeiro e abril de 2025, foram assassinados 37 agentes de segurança no estado do Rio, mais do que o dobro do mesmo período do ano anterior.
Por que isso importa para todo o Brasil
Se o Rio enfrenta este nível de guerra, trata-se de um alerta nacional. A criminalidade organizada, com facções bem armadas e recursos quase militares, avança com ousadia enquanto o Estado precisa reagir com políticas efetivas de segurança, inteligência e prevenção. O combate não pode ser isolado apenas nas grandes favelas da capital, e sim é necessário mobilizar recursos, coordenação federal e estratégias integradas em todo o país.
A polícia numa batalha desigual
Os agentes públicos estão expostos em um front em que as regras convencionais de segurança se esgarçam:
- Enfrentam traquitanas ofensivas (drones, bombas, barricadas) dirigidas por facções com estrutura paramilitar.
- Operam sob pressão, risco extremo e volume de operações que supera a capacidade de investigação, proteção e inteligência.
- O custo humano cresce, não apenas vidas perdidas, mas também a sobrecarga emocional e o questionamento da eficácia.
- E, ao mesmo tempo, a sociedade exige resultados rápidos enquanto a fragilidade estrutural (inteligência, equipamentos, proteção) persiste.
Diante da atual situação, analistas opinam que é urgente que o Brasil promova:
- Fortalecimento da inteligência policial e cooperação entre estados.
- Reforço no combate à logística das facções (armas, financiamento, comando).
- Investimento em policiamento comunitário, recuperação de áreas vulneráveis e programas de prevenção à criminalidade.
- Proteção e valorização dos agentes de segurança, garantindo que não entrem desamparados na guerra.
Outra avaliação, inclusive publicada pela imprensa nacional, é que hoje, no Rio de Janeiro, não há prata para se entregar, nem policiamento convencional que resista sem planejamento e força. Há sim uma batalha franca, com perdas de ambos os lados. A dor das famílias dos policiais mortos mistura-se ao temor das comunidades em que o crime se firma. Essa guerra exige resposta firme e estratégica: porque, se o Estado recuar, o crime avança. E se o Brasil inteiro virar palco dessa disputa, cada município será um novo campo de batalha.
A lição é clara: ação forte, inteligente e coordenada não é mais opção, é questão de sobrevivência institucional e social.
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Publicado em: 29/10/2025 – 09:11
Informações: O Povo, Euro News, O Globo, O Dia, Portal GCMAIS
Da Redação
Por: David Porto - Registro: MTBE 0006322-BA
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