A vitória sobre o Flamengo foi surpreendentemente tranquila, até pelo contexto do jogo. O Verdão fez dois gols no primeiro tempo e esteve mais perto do terceiro na etapa final do que o Fla de seu gol de honra. Veja os motivos:
Movimentação
Dudu e Keno correram uma enormidade, mudando constantemente de lugar (ora um caía pela direita e o outro abria na esquerda, ora ambos apareciam no mesmo canto). Isso confundiu a zaga do Flamengo em diversos lances e, mais importante, serviu para que Deyverson não ficasse isolado, tendo sempre um deles por perto. Tchê Tchê (avançando pela direita, nos espaços que surgiam) e Moisés (entrando na área para dar opção de finalização) também foram importantes nessa proposta ofensiva.
O fator Felipe Melo
Não foi uma atuação de gala, mas é fato que o volante cumpriu bem o seu papel à frente da zaga alviverde, contribuindo também para a saída de bola. Felipe Melo não era titular desde 26 de julho, data da eliminação do Palmeiras para o Cruzeiro, nas quartas de final da Copa do Brasil. Até por isso, saiu cansado aos 12 minutos do segundo tempo, sob aplausos da torcida.
Além da experiência e da questão tática, Felipe Melo foi importante como “leão de chácara” – diante de jogadores jovens como Lucas Paquetá e Felipe Vizeu, o Pitbull foi Pitbull, com direito a dois desarmes em um só lance (aos 38 do primeiro tempo), alegrando a torcida:
Defesa bem postada
Depois de tomar seis gols em dois jogos, havia uma expectativa de como a defesa do Palmeiras se comportaria. Luan e Michel Bastos, ambos pelo lado esquerdo, foram as surpresas na escalação, nas vagas de Juninho (no banco) e Egídio (que, segundo a diretoria, foi “liberado para resolver problemas particulares”). A principal diferença tática foi a formação completamente em linha, que só demonstrou um grande problema em todo o jogo (numa oportunidade criada por Vinicius Júnior, no segundo tempo).
Deyverson: nunca criticamos
Contratado por R$ 18 milhões em julho, a pedido de Cuca, o ex-atacante do Alavés nunca emplacou. Até este domingo, tinha apenas três gols (contra Atlético-MG, Avaí e Botafogo) em 16 jogos. Contra o Flamengo, fez os dois da vitória palmeirense. Por quê?
- Porque soube aproveitar os espaços deixados pela defesa rubro-negra e ganhou a maioria dos duelos, ora com Rhodolfo, ora com Rafael Vaz;
- Porque demonstrou um misto de técnica (ao matar o lançamento de Moisés com o bico da chuteira) e sorte (ao finalizar de tornozelo, vendo a bola encobrir Diego Alves) no lance do primeiro gol;
- E porque não deixou de lutar, mesmo sendo um dos cobrados pela organizada, como na origem do lance que gerou o segundo gol, retomando a bola, passando para Keno e correndo para pegar o rebote após belo chute do colega de time;
Deyverson é craque? Não, longe disso. Mas também não é o desastre completo que se pintou dele nos últimos meses. E aqui vale uma crítica aos críticos: jogador do Palmeiras não pode ser oito ou oitenta o tempo inteiro, não pode ser bestial num dia e besta no outro. Essa bipolaridade, marca registrada da torcida do Palmeiras, precisa ser limitada à torcida e não influenciar o planejamento da diretoria para o time e para o comando técnico (sim, o mesmo vale para Alberto Valentim, que até semana passada era visto como o futuro do Verdão e, depois de três resultados ruins, passou a ser questionado).
Post – 12/11/2017 – 20:12
Redação: Alerta Bahia
Edição: David Porto
Por: Por Juliano Costa, São Paulo/Globo Esporte
David Porto
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