O filme “Chiquinho, entre o Amor e a Loucura”, que homenageia o carinhanhense Francisco Rodrigues Cerqueira, conhecido como Chiquinho, um homem que teria ficado louco depois de ter se apaixonado por uma aeromoça, a qual nunca nem se falaram, foi lançado em Carinhanha, oeste da Bahia.
O Chiquinho existiu em um período em que Carinhanha contava com pista de pouso e voos, onde aeronaves de linhas como: Cruzeiro do Sul, Nacional, Sadia e Varig, pousavam no aeródromo.
Conforme a história, Chiquinho, que era um jovem bem vaidoso e alegre, se transformou em um “louco”, depois que a aeromoça de sua paixão deixou de integrar a equipe da linha aérea atuante na região e nunca mais apareceu no “aeroporto de Carinhanha”. E mesmo sem se quer ter tido a oportunidade de ter falado com a aeromoça, Chiquinho foi “perdendo o juízo”, e se transformou em um Esquizofrênico devido a ausência de sua paixão avassaladora, com a qual ele sonhava um dia se casar.
O Filme foi idealizado pelo também carinhanhense, Tharcísio Braga, que atuou no personagem de Chiquinho, e teve como direção o Cícero Porto. No filme atuaram diversos atores da cidade, e com fomento da lei Paulo Gustavo, o trabalho foi lançado no domingo dia (21) de julho, no circuito da festa Encontro das Águas e dos Amigos, em sua 15ª edição.
Antes do lançamento do filme, que teve um problema técnico na reprodução, o Tharcísio Braga falou ao público que o trabalho foi árduo, e dificultoso, onde inclusive revelou que sofreram até tentativa de extorsão e receberam ameaças por parte de pessoas que se diziam donos de direitos autorais do saudoso Chiquinho, o qual faleceu no ano de 2006.
O Filme, que foi amplamente elogiado pela população, reuniu mais de 2 mil pessoas para assistir à estreia.
Devido ao referido problema técnico, o filme Chiquinho Entre o Amor e a Loucura teve de ser lançado incompleto, mas a equipe já informou que será lançado por completo nas redes sociais em breve.
Clique no Link abaixo e veja prévia do Filme
https://www.instagram.com/p/C9Y5B4OuOmt
Leia abaixo a história completa de Chiquinho, narrada pelo escritor e historiador Honorato Ribeiro dos Santos
EQUISOFRÊNICO CHIQUINHO.
Chiquinho, jovem de família pobre, porém, muito querido na cidade, gostava de vestir-se bem qual um janota. Suas roupas preferidas eram feitas d e puro linho. O linho naquela época, era roupa de gente rica. Poucos pobres vestiam-se por ser bastante caro o tecido linho. Mas o Chiquinho, pobre que era, porém trabalhador juntava o seu dinheirinho e vestia-se à moda dos ricaços da cidade. Todos o consideravam um rapaz decente e que sabia bem se trajar.
Quando apareceram as primeiras bicicletas na cidade, de marca Monark, Chiquinho comprou logo uma e aprendeu depressa. À tarde, ele tomava banho, trocava-se de roupa de linho branco, montava na sua bicicleta e saia a passear pelas ruas da cidade, sempre contente e satisfeito da vida. Ninguém, jamais, vira Chiquinho de mau humor. Sempre alegre e satisfeito com a vida que levava como pobre que era. Gostava de jogar futebol na posição de ponta direita. Ainda me lembro, quando fizemos um amistoso: Rua de Baixo contra Rua de Cima. Sempre terminava em briga, mas Chiquinho ficava fora das brigas. Ele não gostava de confusão contra ninguém.
Depois que construíram a pista de pouso para avião bimotor, surgiram as linhas: Cruzeiro do Sul, a Nacional, a Sadia e a Varig. Essa pegava quarenta passageiros. Muita gente embarcava para Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Brasília e algumas cidades ribeirinhas do rio São Francisco como: Pirapora-MG, Januária-MG, Carinhanha-Ba, Bom Jesus da Lapa-Ba, Cidade da Barra-Ba, Xiquexique-Ba e Petrolina-Pe. Chiquinho, como muita gente da cidade, ia a campo assistir ao embarque e desembarque no avião da Varig. Chiquinho ia na sua bicicleta e nunca perdeu a chegada do pouso da Varig.
Um dia, belo dia! Dia bom no presente, porém, que futuro triste, para Chiquinho…Desceu uma linda moça, aeromoça, que se encantou aos olhos de todos que a viram. Todo mundo ficou encantado com a beleza da aeromoça. Era mesmo linda de enfeitiçar os olhos de qualquer jovem. Mas para Chiquinho, para os seus olhos, a coisa foi diferente: Amor a primeira vista. Ele falava o tempo todo sobre a beleza da aeromoça que ficou apaixonadamente, alucinadamente pela aeromoça, sem, pelo menos conversar com ela; bater um papo. Não sabia se ela era moça solteira ou casada. Para o coração de Chiquinho ela era a sua enamorada, a sua vida. Não pensava mais em outra coisa e sua mente só morava a figura encantadora da aeromoça. Todas as vezes que o avião roncava rasgando o céu da cidade de Carinhanha, Chiquinho montava em sua bicicleta e saia feito louco para ver a sua encantadora aeromoça. Seu coração disparava em taquicardia que parecia sair pela boca de tanta alegria de ver novamente a sua bela enamorada descer da escada do avião, vestida naquela fardamenta linda da Aeronáutica, sorridente e assistindo aos passageiros. Quando Chiquinho batia seus olhos para ela ele dizia: Rapaz, é linda demais, caramba! Não existe outra beleza igual a ela! Puxa vida! E falava o tempo todos e os olhos não saia dela.
O avião decolava e levava a sua encantadora aeromoça; e ele voltava para sua casa alegre, satisfeito.
Dia triste para Chiquinho, quando o avião da Varig pousou e não desceu a aeromoça. Mudou-se de rota. Foi substituída por uma outra aeromoça. Mas, sempre que o avião pousava o Chiquinho ia, na esperança de vê-la novamente. Mas ela não veio nunca mais. Então Chiquinho se entristeceu, ficou taciturno (calado), não sorriu mais; não andou mais na sua bicicleta e se enlouqueceu. Não falou mais com ninguém e falava baixinho consigo mesmo e sorria. Ia para o mato e tirava gravetos, punha-se debaixo do braço e saia pela rua: sujo, cabeludo, descalço; mudou completamente de um janota para um mal trajado. Não perde uma solenidade na igreja, mas sempre com o feixe de vara debaixo do braço a conversar baixinho consigo mesmo e sorria. Muitas vezes falava com a gente e chamava pelo nome; mas raramente acontecia. Chegava à porta de um conhecido, pedia comida; comia ali mesmo, deixava o prato e ia embora. Quem o conheceu como trabalhador decente e vestia-se bem lamentava o que aconteceu com o Chiquinho. Todos começaram a lhe chamar de Chiquinho Doido. Mas o seu verdadeiro nome era: Francisco Rodrigues Cerqueira, que morava com sua afim (pessoa com quem se tem afinidade) Roberta, que o zelou o tempo todo até quando Deus o chamou. Ele morava à rua Ana Angélica. Faleceu, no dia 20 de maio de 2006, e foi sepultado no Cemitério Senhora Santana, no Bairro Alto da Colina. Os repórteres da Pontal FM, Duacy Santos e Jota Pinheiro, leram, no outro dia, essa mesma história, que oro narro, o que aconteceu com um jovem conterrâneo da cidade de Carinhanha, à margem esquerda do Velho Chico. Chiquinho partiu para a eternidade e deixou uma história comovente para todos que o conheceu e para quem lê, analisando psicologicamente como é a cabeça do ser humano. Acredito que há muitos Chiquinhos por esse mundo a fora.
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Publicado em: 26/07/2024 – 20:06
Da Redação
Por: David Porto - Registro: MTBE 0006322-BA
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